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quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Nasa exibe maquete de substituto do Hubble



Foto: Nasa
Maquete do Telescópio Espacial James Webb, em Washington (Foto: Nasa)

O Telescópio Espacial James Webb, vendido como a próxima maravilha da astronomia, será mais barato que o Hubble, segundo a Nasa. Em entrevista coletiva para apresentar uma maquete do telescópio, os especialistas disseram que o observatório trará luz a questões hoje intratáveis sobre a formação das galáxias e responderá muitas dúvidas sobre a origem do Universo.

O modelo do telescópio em tamanho real foi apresentado aos jornalistas no National Mall de Washington. O aparelho substituirá o telescópio Hubble, o instrumento astronômico mais famoso já construído.

O observatório, que pesa 6,5 toneladas, será lançado em 2013 e terá como missão obter imagens da formação das primeiras estrelas e galáxias há bilhões de anos.

Edward Weiler, vice-administrador da Nasa, informou que o observatório espacial representará uma despesa de aproximadamente US$ 4,5 bilhões para a agência espacial americana. "Vale a pena destinar todo esse recurso para este telescópio?", perguntou Weiler a quem o assistia, para em seguida declarar: "Valeu a pena construir o 'Hubble'?".

"O 'Hubble' custou mais de US$ 1,5 bilhão na época de sua construção -- cerca de US$ 8 bilhões de hoje --, enquanto o James Webb custará a metade e sua capacidade será entre 10 e 100 vezes maior, portanto, acho que vale a pena", declarou Weiler.

Além disso, os especialistas afirmam que o novo telescópio permitirá novas revelações sobre as entranhas dos sistemas solares e sobre a composição molecular das atmosferas de "planetas extra-solares".

Matt Mountain, diretor do Instituto das Ciências Telescópicas Espaciais de Baltimore, garantiu que o James Webb trará respostas a grandes dúvidas da humanidade, como: "Estamos sozinhos no universo?", ou "Como chegamos até aqui?".

"Vivemos uma época de renascimento científico. É incrível comprovar como o mundo mudou nos últimos 17 anos, desde que o 'Hubble' foi lançado. Agora conhecemos, por exemplo, a idade e a extensão do Universo. Antes nos limitávamos a saber quantos planetas havia em nosso Sistema Solar", afirmou Mountain.

Martin Mohan, diretor do programa do novo observatório, disse que o espelho principal, o maior já lançado no espaço, mede 6,5 metros e é composto por 18 segmentos hexagonais de berílio, um metal especial.

O tamanho do espelho é nove vezes maior que o do "Hubble" e pesa a metade do primeiro. O escudo solar de cinco camadas incorporado ao telescópio preservará a temperatura do observatório próxima dos 225 graus negativos.

Graças a instrumentos internos, o frio permitirá que o telescópio obtenha imagens de objetos muito distantes através de comprimentos de onda infravermelha.

Essa aparelhagem interna é composta por uma câmara de "infravermelhos próximos", um espectrográfico de "infravermelhos próximos", outra câmara de "infravermelho médio" e um sensor de navegação que incorpora um módulo de filtro ajustável, "que transforma os sinais de luz em sinais elétricos a partir das imagens que criamos", disse o responsável pelo programa espacial.

"O telescópio deve ser estável o suficiente para conseguir um comprimento de onda de 15 nanômetros. Caso contrário, as imagens obtidas serão borradas ou confusas", acrescentou. O James Webb será instalado a mais de um milhão e meio de quilômetros da órbita da Terra. Diferentemente do Hubble, uma vez lançado, ele não estará acessível para missões de reforma conduzidas por astronautas.

Espera-se que o novo observatório espacial da Nasa inicie sua missão seis meses depois de ocupar sua órbita. As autoridades da Nasa prevêem que o telescópio terá pelo menos dez anos de vida útil.

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